Assim como diariamente reescrevemos a própria vida, o autor rabisca as páginas do passado para dar-lhes novos sentidos. A resignificação amadurece o texto assim como nós amadurecemos ao lançarmos diferentes olhares sobre as mesmas coisas. O autor se apega ao texto como nos apegamos à nossa história pessoal, por isto a necessidade de certo distanciamento no momento de analisá-lo. É preciso certa frieza para rabiscar, deletar, apagar. E coragem para elaborar a versão final, que chegará aos editores e leitores transformada em interpretações sem fim.
Boa viagem!
Juliana Maringoni
Original de “Crônica de uma morte anunciada”, 1980, de Gabriel García Márquez disponível no site da Universidade do Texas
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